Trata-se, muito provavelmente, de um dos mais belos (e mais desconhecidos) palácios de Portugal e, após obras de restauro, está agora aberto às visitas do público. Na cidade de Mangualde ergue-se a Palácio dos Condes de Anadia, cuja construção e enriquecimento da decoração de interiores se estende ao longo de todo um século, plasmando exemplos de variadas correntes estilísticas. A casa começou a ser construída em 1644 mas o grande impulso foi no século XVIII e a construção e decoração demorou quase um século, envolvendo três gerações da família Paes do Amaral.

Foi Miguel Paiva do Amaral quem, a partir de 1730-40, mandou construir a casa, definindo o seu programa arquitectónico. O seu filho, Miguel Pais do Amaral, e sua esposa, D. Joaquina Teodora de Sá e Meneses, ficaram indissociavelmente ligados à casa ao redimensionarem o espaço interior através da colocação de azulejos estilo rococó.

Pensa-se que o traço deste monumento se deva ao arquitecto Nicolau Nasoni, na altura residente na cidade do Porto. O Palácio sofreu algumas alterações ainda no séc. XVIII e durante o séc. XIX, transformando-o num magnífico exemplo de um passado onde a arte e o requinte marcaram uma época importante na cultura portuguesa. A casa ficará, posteriormente, unida ao título da Anadia, pois um neto de D. Joaquina, Manuel de Sá Pais do Amaral, casa em 1821 com a condessa de Anadia.

Em princípios do século XIX, o Palácio de Mangualde era conhecido por Casa dos Paes do Amaral mas, pelo casamento de Manuel Paes do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quifel Barbarino, 10.º Senhor da Casa de Mangualde, com sua sobrinha D. Maria Luiza de Sá Pereira de Menezes de Mello Sottomayor, 3.ª Condessa de Anadia, passou a ser conhecido por “Palácio Anadia”.

A casa tem uma fachada tipicamente portuguesa mas outras partes e o interior têm uma forte influência italiana, resultante das frequentes visitas da família a Itália. No interior destaca-se a colecção de azulejos que são do século XVIII e considera que talvez seja a melhor colecção em Portugal de azulejos barrocos. Foram fabricados em Coimbra.

Caracterizado por uma marcante fachada ocidental, por uma italianizante fachada sul e por uma fachada nascente acastelada, pelas suas cantarias, pelos azulejos setecentistas, e obras de pintores como Pellegrini, Giagenti, ou Lanzarotto, o Palácio Anadia é, em Portugal, um dos mais importantes exemplos da arquitectura senhorial setecentista. O Palácio tem uma quinta adjacente com Parque e seus jardins, e uma Mata plantada no século XVIII.

O mais notório é a fachada cor de rosa da casa mas o interior murado tem uma vinha com cerca de 10 hectares. Já no século XVIII o vinho era produzido no palácio, em lagares de pedra que podem ser vistos na adega. Ao todo são 60 hectares, localizados no centro de Mangualde. O Conjunto arquitectónico está classificado como “Imóvel de Interesse Público”.

Várias figuras históricas passaram por este Palácio, como o Marechal Massena, Principe d`Essling comandante do exército francês que, em 1810, invadiu Portugal pela terceira vez, ou o El-Rei D. Luiz I, que o visitou em 1882 quando da inauguração do Caminho de Ferro da Beira Alta e mais tarde El – Rei D. Carlos I.
Fonte : https://www.vortexmag.net/palacio-dos-condes-de-anadia-um-dos-mais-belos-e-desconhecidos-palacios-de-portugal/